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Dermatite atópica não tem cura, mas pode ser controlada

Foto: Shutterstock

Nos pacientes com DA (dermatite atópica), independente do grau de manifestação da doença, a hidratação diária é uma palavra de ordem. “Mesmo que o paciente faça uso de outras medicações, a hidratação será sempre indicada para manter a barreira protetora da pele íntegra”, explica a dermatologista Ana Mósca, da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), de São Paulo.


Folha Arte

Em alguns casos, o médico poderá prescrever corticoides, que agem como anti-inflamatórios para o controle da coceira e das lesões. Há também a possibilidade de uso de medicamentos imunossupressores, que modulam o sistema imunológico.

Hoje, aos 33 anos, o empresário Carlos Rocha, que tem DA moderada, diz que os sintomas estão controlados com o uso de imunossupressores, além da manutenção da hidratação diária. Porém, os especialistas lembram que esses remédios têm muitos efeitos colaterais, como hipertensão e insuficiência renal, e o chamado efeito rebote (ressurgimento dos sintomas).

“A dificuldade maior é a boa aderência ao tratamento. No Brasil, há uma falta de cultura de hidratação da pele”, comenta a médica Marcia Mallozi, da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

Tratamento biológico

Recentemente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a comercialização do medicamento Dupixent, desenvolvido pela empresa Sanofi e Regeneron. A nova droga, disponível em farmácias especializadas e clínicas de aplicação de vacinas, é uma nova geração de tratamentos biológicos para a DA nas formas moderada e grave.

O medicamento é injetável e promete inibir a sinalização excessiva de duas proteínas-chave (IL-4 e IL-13), que são consideradas as principais causas da inflamação subjacente persistente na doença. Sendo assim, ele age no processo inflamatório e controla os sintomas. “Foram realizados 13 estudos do Dupixent e muitos outros estão em andamento, como para o tratamento em crianças e adolescentes, envolvendo também alergias e asma”, declara a médica da Sanofi, Sueli Goldflus.

A indicação é para pacientes que não respondem ao tratamento tradicional ou que já não podem continuá-los devido aos efeitos colaterais. No caso desta nova droga, as reações possíveis são dor local após a aplicação da injeção e conjuntivite, que, segundo Goldflus, já é um quadro frequente em pacientes com DA moderada a grave.

Por: Micaela Orikasa | Fonte: Folha de Londrina